AS PALAVRAS SE PERDERAM
(LUCIANO VICTOR)

AS PALAVRAS SE PERDERAM ...
AS CORES SE MISTURARAM ...
E JÁ NÃO OUVI NADA.
E JÁ NÃO DEFINI NADA.

QUERIA FAZER UMA PINTURA,
E PREPAREI SETE CORES.
QUERIA FAZER UMA MELODIA,
E PREPAREI SETE NOTAS.
QUERIA FAZER UMA POESIA,
E ESCOLHI SETE PALAVRAS.

E DAS SETE CORES, SURGIRAM SETE MIL TONALIDADES ...
E DAS SETE NOTAS, SURGIRAM SETE MIL MÚSICAS ...
E DAS SETE PALAVRAS, SURGIU UM DICIONÁRIO.

MAS DAS SETE MIL TONALIDADES, NÃO ESCOLHI NENHUMA.
DAS SETE MIL MUSICAS, NÃO TIVE TEMPO DE OUVI-LAS.
E NO DICIONÁRIO, NÃO ACHEI A PALAVRA QUE PROCURAVA.

TENTEI SER MAIS SINGULAR ...

E QUIS FAZER UMA MÚSICA COM DUAS NOTAS ...
E PINTAR UM QUADRO COM DUAS CORES ...
E BUSCAR PALAVRAS COM DUAS LETRAS ...

MAS A MÚSICA FICOU REPETITIVA.
O QUADRO FICOU SEM GRAÇA.
E AS PALAVRAS FICARAM POBRES.

ENTÃO, QUESTIONEI ...
DE ONDE NASCERIA A MINHA ARTE?
E ONDE EU A ENCONTRARIA?
DO POUCO OU DO COMPLEXO?
DO MUITO, OU DO SIMPLES?

E PAREI DE PENSAR EM COMO FAZER,
E COMECEI A DEIXAR FLUIR OS SENTIMENTOS ...

E FLUIU ALEGRIA ...
E AS TONALIDADES FICARAM VIVAS!
E O SOM FICOU IRRADIANTE!
E AS PALAVRAS TROUXERAM BOM ÂNIMO ...

E FLUIU TRISTEZA ...
E UMA NOTA FOI TUDO,
E UMA COR JÁ ERA O BASTANTE,
E UMA LETRA BASTOU.




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